Potencial do mercado da madeira ganha destaque no Workshop FIMMA Espaço Florestal
29/03/2019
O segundo e último dia de palestras do estreante Espaço Florestal, no Workshop FIMMA, contou com três momentos marcantes. O primeiro deles ficou a cargo do arquiteto José Afonso Botura Portocarrero, que tratou do tema ?A madeira e o mundo?. Conceituado em seu segmento de trabalho e premiado em 2018 com o Breeam Awards, da Building Research Establishment BRE, a mais antiga e conceituada certificadora em sustentabilidade da Europa, o matogrossense é um entusiasta no uso da madeira como matéria-prima em edificações. ?Ela (a madeira) é um produto mais sustentável, um dos mais recicláveis que existe. Então, inovar com madeira dá possibilidades imensas?, argumenta.
Portocarrero acredita muito no potencial do Brasil de usar e ampliar a aplicação do material. Até porque, lembra ele, já citava casas feitas pelos índios na ?certidão de nascimento? do país, na carta de Pero Vaz de Caminha. ?A tecnologia das construções de madeira estava lá. A madeira é um dos nossos patrimônios e temos reservas ainda, mas precisamos ter cuidado, um manejo sustentável deve ser básico?.
Dois pontos são cruciais para Portocarrero no sentido de ampliar o uso da madeira no mercado arquitetônico: o material ser discutido dentro das universidades e a existência de projetos habitacionais de madeira, que seriam mais baratos e sustentáveis, além de permitirem montagem e desmontagem dependendo da necessidade.
Pelo mundo, Portocarrero aponta vários exemplos de edificações utilizando a madeira. Como exemplo está a Faculdade de Arquitetura de Zurique, na Suíça, em que é ministrado um dos mais conceituados cursos do segmento no mundo e que tem seu prédio produzido com madeira. Outro case é o da construção em forma de globo, existente em Genebra, também na Suíça, dentro da qual está instalado um grande projeto de acelerador de partículas. ?É o que há de mais moderno e tecnológico acontecendo lá dentro e a estrutura que o público tem acesso é feito de madeira?.
Mato Grosso é case em manejo florestal
A advogada e atual secretária Estadual de Meio Ambiente do Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, deu sequência às palestras. Ela apresentou como tema ?Os procedimentos legais da cadeia produtiva da madeira em Mato Grosso?. Vinda do estado brasileiro que mais produz e exporta madeira, ela fez questão de salientar as estratégias matogrossenses para ?deixar a Floresta Amazônica de pé?.
Entre os dados expostos por Mauren estão o de que aquele Estado tem 60% das florestas do seu território conservadas e, em contrapartida, 31% do PIB estadual é derivado da cadeia produtiva da madeira. ?Atualmente, 44 municípios (dos 141) têm como base econômica principal essa matéria-prima. No momento, temos 3,7 mil hectares de área de manejo. A ideia é dobrar esse número até 2025?, informa a secretária. Hoje são 801 empreendimentos cadastrados no CC-Sema.
Defensora do manejo florestal sustentável, Mauren acredita que o Mato Grosso é um exemplo para o País, o que, segundo ela, permitiu que o Estado fosse escolhido, pelo Banco do Brasil, como primeiro a oferecer o sistema de financiamento para manejo florestal sustentável, lançado no Dia Internacional das Florestas (21 de março).
Mato Grosso também é um destaque no Brasil no licenciamento e caminho para a legalidade do manejo florestal. A estrutura do processo engloba os seguintes passos: Cadastro Ambiental Rural, Licença Florestal (um diferencial em relação a maioria dos estados), Autorização Florestal, CC-Sema e Licença Industrial. O prazo para a conclusão dos procedimentos é outro destaque para a secretária. ?O licenciamento do manejo florestal mato-grossense leva entre 89 e 100 dias?.
Mercado brasileiro de pellets
Encerrando o ciclo de palestras do dia, o gestor de negócios da TMSA, Marcelo Joaquim, explanou sobre ?O mercado global e brasileiro de pellets?. Um universo que tem potencial de crescimento exponencial no Brasil. Principalmente por sua produção florestal e grande quantidade de resíduo de biomassa.
Existem hoje três nichos: o de uso doméstico para geração de energia térmica; o semi-industrial, como exemplo, energia térmica em fornos e caldeiras de médio porte; e o industrial, para produção de energia elétrica.
No mundo, em 2017, foram produzidos 31,2 milhões de toneladas de pellets. Estados Unidos e Canadá são os maiores fabricantes, com geração voltada para o mercado industrial. A tendência é de que a produção seja dobrada até 2025. ?O Brasil tem grande potencial de desenvolvimento. A Itália é o maior comprador do País para o consumo residencial e o Reino Unido no segmento industrial?, colocou Joaquim.
?Para quem está pensando em entrar nesse mercado os segmentos que chamam a atenção estão o de aviários, para aquecimento na produção de frango, o de secagem de grãos, o de hotelaria, que é mais pulverizado, mas há potencial em função das caldeiras de aquecimento de água, e o pet?, argumentou o palestrante. Sobre esse último mercado, ele lembra que o Brasil é o 3º país do mundo em faturamento no setor de produtos para animais domésticos e, por isso, tem uma enorme capacidade de absorção do produto para uso no trato de gatos.
Portocarrero acredita muito no potencial do Brasil de usar e ampliar a aplicação do material. Até porque, lembra ele, já citava casas feitas pelos índios na ?certidão de nascimento? do país, na carta de Pero Vaz de Caminha. ?A tecnologia das construções de madeira estava lá. A madeira é um dos nossos patrimônios e temos reservas ainda, mas precisamos ter cuidado, um manejo sustentável deve ser básico?.
Dois pontos são cruciais para Portocarrero no sentido de ampliar o uso da madeira no mercado arquitetônico: o material ser discutido dentro das universidades e a existência de projetos habitacionais de madeira, que seriam mais baratos e sustentáveis, além de permitirem montagem e desmontagem dependendo da necessidade.
Pelo mundo, Portocarrero aponta vários exemplos de edificações utilizando a madeira. Como exemplo está a Faculdade de Arquitetura de Zurique, na Suíça, em que é ministrado um dos mais conceituados cursos do segmento no mundo e que tem seu prédio produzido com madeira. Outro case é o da construção em forma de globo, existente em Genebra, também na Suíça, dentro da qual está instalado um grande projeto de acelerador de partículas. ?É o que há de mais moderno e tecnológico acontecendo lá dentro e a estrutura que o público tem acesso é feito de madeira?.
Mato Grosso é case em manejo florestal
A advogada e atual secretária Estadual de Meio Ambiente do Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, deu sequência às palestras. Ela apresentou como tema ?Os procedimentos legais da cadeia produtiva da madeira em Mato Grosso?. Vinda do estado brasileiro que mais produz e exporta madeira, ela fez questão de salientar as estratégias matogrossenses para ?deixar a Floresta Amazônica de pé?.
Entre os dados expostos por Mauren estão o de que aquele Estado tem 60% das florestas do seu território conservadas e, em contrapartida, 31% do PIB estadual é derivado da cadeia produtiva da madeira. ?Atualmente, 44 municípios (dos 141) têm como base econômica principal essa matéria-prima. No momento, temos 3,7 mil hectares de área de manejo. A ideia é dobrar esse número até 2025?, informa a secretária. Hoje são 801 empreendimentos cadastrados no CC-Sema.
Defensora do manejo florestal sustentável, Mauren acredita que o Mato Grosso é um exemplo para o País, o que, segundo ela, permitiu que o Estado fosse escolhido, pelo Banco do Brasil, como primeiro a oferecer o sistema de financiamento para manejo florestal sustentável, lançado no Dia Internacional das Florestas (21 de março).
Mato Grosso também é um destaque no Brasil no licenciamento e caminho para a legalidade do manejo florestal. A estrutura do processo engloba os seguintes passos: Cadastro Ambiental Rural, Licença Florestal (um diferencial em relação a maioria dos estados), Autorização Florestal, CC-Sema e Licença Industrial. O prazo para a conclusão dos procedimentos é outro destaque para a secretária. ?O licenciamento do manejo florestal mato-grossense leva entre 89 e 100 dias?.
Mercado brasileiro de pellets
Encerrando o ciclo de palestras do dia, o gestor de negócios da TMSA, Marcelo Joaquim, explanou sobre ?O mercado global e brasileiro de pellets?. Um universo que tem potencial de crescimento exponencial no Brasil. Principalmente por sua produção florestal e grande quantidade de resíduo de biomassa.
Existem hoje três nichos: o de uso doméstico para geração de energia térmica; o semi-industrial, como exemplo, energia térmica em fornos e caldeiras de médio porte; e o industrial, para produção de energia elétrica.
No mundo, em 2017, foram produzidos 31,2 milhões de toneladas de pellets. Estados Unidos e Canadá são os maiores fabricantes, com geração voltada para o mercado industrial. A tendência é de que a produção seja dobrada até 2025. ?O Brasil tem grande potencial de desenvolvimento. A Itália é o maior comprador do País para o consumo residencial e o Reino Unido no segmento industrial?, colocou Joaquim.
?Para quem está pensando em entrar nesse mercado os segmentos que chamam a atenção estão o de aviários, para aquecimento na produção de frango, o de secagem de grãos, o de hotelaria, que é mais pulverizado, mas há potencial em função das caldeiras de aquecimento de água, e o pet?, argumentou o palestrante. Sobre esse último mercado, ele lembra que o Brasil é o 3º país do mundo em faturamento no setor de produtos para animais domésticos e, por isso, tem uma enorme capacidade de absorção do produto para uso no trato de gatos.