Palestras inauguram Workshop FIMMA Espaço Florestal
28/03/2019
A área florestal, primeiro elo da cadeia produtiva da madeira, ganhou espaço próprio nesta edição da FIMMA Brasil 2019. Mais do que isso, uma programação específica do segmento, que teve início nesta terça-feira, 27, com três palestras.
A primeira delas tratou ?A situação atual e as perspectivas futuras do setor produtivo da base florestal?, com o professor Doádi Brena. Com um extenso currículo, o gaúcho é atualmente, entre outras funções, consultor do Serviço Florestal Brasileiro para o Inventário Florestal Nacional, o que avaliza os dados apresentados durante o evento.
O território mundial abrangido por florestas, que hoje representa 30,6%, por muito tempo esteve na faixa dos 4 milhões de hectares e caiu para 3,9 milhões. No Brasil, a área florestal é de 57,9%, sendo entre 0,92% (IBA) e 1,17% (IBGE) de árvores plantadas (1,28 milhões de hectares são de áreas preservadas). A cadeia florestal representa atualmente 6,2% do PIB industrial do país, sendo responsável por 0,9% da arrecadação nacional de tributos e ocupa o 4º lugar nas exportações. O Brasil é o 3º maior produtor mundial de celulose. O Rio Grande do Sul, especificamente, produz 6,2% da celulose do país, 45% da erva mate e 100% da casca de acácia.
Brena aponta como perspectivas nacionais desse mercado, por exemplo, a tendência de novos projetos industriais com demanda de madeira adicional de 25 a 35 milhões de metros cúbicos por ano e geração de energia extra em consumo de 40 a 60 milhões de metros cúbicos ano. ?A contribuição do nosso Estado é expressiva, mas poderia ser maior. Ainda mais em um momento de dificuldades que o Rio Grande do Sul vive financeira e estruturalmente?, argumentou. Segundo Brena, a participação seria maior se dois projetos de celulose tivessem sido implementados (a Fibria transferiu a planta que seria gaúcha para Mato Grosso do Sul, obtendo uma implementação de 7% no seu PIB), além do que contribuiria se o Programa Floresta-Indústria RS fosse posto em movimento, o licenciamento ambiental não fosse tão complexo e não houvesse um zoneamento ambiental para a silvicultura. ?Somos o único Estado com zoneamento específico que fixa a porcentagem de ocupação florestal?.
Conforme Ferreira, as tendências são da substituição gradual dos pinus pelo eucalipto (algo não positivo) aumento do uso do eucalipto para usos industriais, novos investimentos em serrarias de grande porte, aumento da demanda da madeira de pinus no Polo Serra para abastecer a indústria catarinense e falta de pinus e acácia no mercado gaúcho. ?Urge a criação e implementação de um Plano Estadual de Desenvolvimento Florestal em conformidade com o plano nacional?, concluiu.
Incentivo para crescimento da cadeia florestal
Na sequência, os engenheiros florestais Daniel Chies e Rafael Ferreira (Sindimadeira/Ageflor) conduziram a palestra ?Plantios florestais no Rio Grande do Sul x aspectos legais?. Os ministrantes reforçaram em grande parte os pontos salientados por Brena. Após Chies explanar sobre aspectos de destaques sobre regras para a obtenção de licenças ambientais para as propriedades florestais, Ferreira foi enfático nos pontos que travam o Estado de ter um desempenho no setor melhor. ?O Rio Grande do Sul é o único estado da federação com zoneamento específico para a atividade florestal. O investidor pensa duas vezes antes de investir aqui nesse segmento?.
De acordo com Ferreira, o setor da cadeia florestal está consumindo estoque de floresta e isso um dia terminará. ?Como fica a economia madeireira dos Campos de Cima da Serra, por exemplo? Como fica o PIB de 6,4%? Sendo monocultura, temos o mesmo impacto sendo as árvores de espécies nativas ou exóticas. Por que a silvicultura tem um tratamento desigual em relação à agricultura? São questionamentos?.
Certificação FSC atesta seriedade dos produtos
Na última palestra do dia, a consultora Heloise Coutinho falou sobre ?Certificação e utilização do selo FSC ? Rastreabilidade da matéria-prima florestal?. Heloise abordou a respeito de todos os passos para o processo de certificação na cadeia de custódio florestal (COC). O documento atesta que a madeira comercializada ou a matéria-prima utilizada na produção vem de florestas bem manejadas e/ou fontes controladas.
Recentemente alguns ajustes foram feitos nas regras, facilitando a comprovação de alguns quesitos exigidos nas auditorias que garantirão o selo FSC. Um deles foi, por exemplo, que embalagens de produtos elaboradas de insumos de base florestal não precisam mais serem certificados. Basta salientar que o produto que leva o selo está dentro da embalagem.
Atenção a todos os passos e treinamento completo de equipes pode facilitar a certificação. ?O selo é de extrema importância e fala para o consumidor final que há toda uma seriedade, preocupação e qualidade no produto?, argumentou Heloise.
A primeira delas tratou ?A situação atual e as perspectivas futuras do setor produtivo da base florestal?, com o professor Doádi Brena. Com um extenso currículo, o gaúcho é atualmente, entre outras funções, consultor do Serviço Florestal Brasileiro para o Inventário Florestal Nacional, o que avaliza os dados apresentados durante o evento.
O território mundial abrangido por florestas, que hoje representa 30,6%, por muito tempo esteve na faixa dos 4 milhões de hectares e caiu para 3,9 milhões. No Brasil, a área florestal é de 57,9%, sendo entre 0,92% (IBA) e 1,17% (IBGE) de árvores plantadas (1,28 milhões de hectares são de áreas preservadas). A cadeia florestal representa atualmente 6,2% do PIB industrial do país, sendo responsável por 0,9% da arrecadação nacional de tributos e ocupa o 4º lugar nas exportações. O Brasil é o 3º maior produtor mundial de celulose. O Rio Grande do Sul, especificamente, produz 6,2% da celulose do país, 45% da erva mate e 100% da casca de acácia.
Brena aponta como perspectivas nacionais desse mercado, por exemplo, a tendência de novos projetos industriais com demanda de madeira adicional de 25 a 35 milhões de metros cúbicos por ano e geração de energia extra em consumo de 40 a 60 milhões de metros cúbicos ano. ?A contribuição do nosso Estado é expressiva, mas poderia ser maior. Ainda mais em um momento de dificuldades que o Rio Grande do Sul vive financeira e estruturalmente?, argumentou. Segundo Brena, a participação seria maior se dois projetos de celulose tivessem sido implementados (a Fibria transferiu a planta que seria gaúcha para Mato Grosso do Sul, obtendo uma implementação de 7% no seu PIB), além do que contribuiria se o Programa Floresta-Indústria RS fosse posto em movimento, o licenciamento ambiental não fosse tão complexo e não houvesse um zoneamento ambiental para a silvicultura. ?Somos o único Estado com zoneamento específico que fixa a porcentagem de ocupação florestal?.
Conforme Ferreira, as tendências são da substituição gradual dos pinus pelo eucalipto (algo não positivo) aumento do uso do eucalipto para usos industriais, novos investimentos em serrarias de grande porte, aumento da demanda da madeira de pinus no Polo Serra para abastecer a indústria catarinense e falta de pinus e acácia no mercado gaúcho. ?Urge a criação e implementação de um Plano Estadual de Desenvolvimento Florestal em conformidade com o plano nacional?, concluiu.
Incentivo para crescimento da cadeia florestal
Na sequência, os engenheiros florestais Daniel Chies e Rafael Ferreira (Sindimadeira/Ageflor) conduziram a palestra ?Plantios florestais no Rio Grande do Sul x aspectos legais?. Os ministrantes reforçaram em grande parte os pontos salientados por Brena. Após Chies explanar sobre aspectos de destaques sobre regras para a obtenção de licenças ambientais para as propriedades florestais, Ferreira foi enfático nos pontos que travam o Estado de ter um desempenho no setor melhor. ?O Rio Grande do Sul é o único estado da federação com zoneamento específico para a atividade florestal. O investidor pensa duas vezes antes de investir aqui nesse segmento?.
De acordo com Ferreira, o setor da cadeia florestal está consumindo estoque de floresta e isso um dia terminará. ?Como fica a economia madeireira dos Campos de Cima da Serra, por exemplo? Como fica o PIB de 6,4%? Sendo monocultura, temos o mesmo impacto sendo as árvores de espécies nativas ou exóticas. Por que a silvicultura tem um tratamento desigual em relação à agricultura? São questionamentos?.
Certificação FSC atesta seriedade dos produtos
Na última palestra do dia, a consultora Heloise Coutinho falou sobre ?Certificação e utilização do selo FSC ? Rastreabilidade da matéria-prima florestal?. Heloise abordou a respeito de todos os passos para o processo de certificação na cadeia de custódio florestal (COC). O documento atesta que a madeira comercializada ou a matéria-prima utilizada na produção vem de florestas bem manejadas e/ou fontes controladas.
Recentemente alguns ajustes foram feitos nas regras, facilitando a comprovação de alguns quesitos exigidos nas auditorias que garantirão o selo FSC. Um deles foi, por exemplo, que embalagens de produtos elaboradas de insumos de base florestal não precisam mais serem certificados. Basta salientar que o produto que leva o selo está dentro da embalagem.
Atenção a todos os passos e treinamento completo de equipes pode facilitar a certificação. ?O selo é de extrema importância e fala para o consumidor final que há toda uma seriedade, preocupação e qualidade no produto?, argumentou Heloise.